sexta-feira, 2 de agosto de 2013

O Vício dos Carboidratos

Comer carboidratos pode ser tão viciante quanto a cocaína.
Carboidratos estimulam regiões do cérebro responsáveis pela recompensa e compulsão, promovendo o vício alimentar ou craving.
Novidade pra muitos, mas o vício aos carboidratos já é tão estabelecido pela indústria alimentícia, que eles tem um termo "bliss point" ou, a quantidade perfeita de açúcar, para proporcionar o maior craving nos consumidores.
Os pesquisadores especulam que os receptores para doces presentes na língua estão adaptados a uma oferta bem menor desse alimento do que a que temos hoje. Já que a dieta dos nossos ancestrais era completamente diferente da nossa, rara em doce. Vale lembrar que até mesmo as frutas, como as conhecemos hoje, suculentas, é resultado do aperfeiçoamento das plantas pelo próprio homem.
Ainda para quem quer emagrecer ou manter saúde, eliminar carboidratos refinados (açúcar e derivados do trigo, já é um desafio... pão.. Massas.. bolo..) da dieta tem que ser uma meta. Jejum intermitente, pode também ser útil, uma vez que estimula a produção de GH, o hormônio de crescimento que dentre suas funções está a queima de gordura.

Nada é fácil na vida!
Mas se quer moleza, tome sibutramina
E depois não reclame do efeito sanfona! Do diabetes.. Da hipertensão ... Da artrose...

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

PARE de tomar a pílula... porquê?



Imagine a situação, adolescente, 15 anos, vai a consulta ginecológica pois quer ter sua primeira relação sexual e lhe é prescrito um "anticoncepcional fraquinho", a exemplo, Yaz ou Yasmin, cuja progestina é a drospirenona. É possível que essa adolescente não pare de tomar a pilula pelos próximos 35 anos de sua vida, até que venha a menopausa. Será que um anticoncepcional é mesmo assim fraquinho que não faça mal em tanto tempo de uso?

Qualquer anticoncepcional é um hormônio sintético análogos à progesterona (progestinas) combinado ou não com estrogênio.  Esses hormônios artificiais agem lá no hipotálamo, suprimindo o sinal para que os ovários produzam, no ritmo fisiológico (correto) os hormônios naturais para que ocorra a ovulação.

Então, Os hormônios sintéticos têm um comportamento DIFERENTE daqueles dos hormônios naturais. uma vez que um inibe a ovulação e o outro contribui para a ovulação. Mas será que é somente esta a diferença?

Os anticoncepcionais estão associados a uma série de efeitos colaterais indesejados que vão variar de pessoa para pessoa e de acordo com a associação e tipo de hormônio sintético utilizado. Na clínica, tentar resolver as queixas gerais de um paciente que está em uso de anticoncepcional torna os resultados mais lentos do que se ela estivesse sem ele, pois o anticoncepcional é uma substância, que costumo chamar de antifisiológica, ou seja, algo que vai contra o funcionamento normal do organismo. O corpo tenta se adaptar à sua presença, muitas vezes às custas de efeitos colaterais já descritos, como aumento de peso com retenção de líquidos ou então provocando interações que ainda não conhecemos.

Alguns estudos têm visto a associação do uso contínuo de progestinas e aumento da incidência de câncer de mama (1). Outro estudo com 10.000 mulheres tomando progestinas com estrogênio, 44 desenvolveram câncer de mama, contra 31 no grupo placebo. Nos casos com o uso do hormônio, a neoplasia também foi mais agressiva, com 25% dos casos tiveram disseminação para linfonodos contra 16% do grupo controle (2). Claro, que esse é um evento raro, e a gênese do câncer é algo muito mais complexo para ser atribuído a apenas um fator. Contudo, é uma informação relevante e deve ser colocado na balança dos argumentos contra o uso da pílula anticoncepcional.

Então mulheres, perguntem-se, por quê escolhi tomar anticoncepcional?
Há mulheres que tem parceiro único, ou não, mas não usam preservativos e têm o anticoncepcional como única forma de proteção contra gravidez. Essas, podem mudar o método contraceptivo, de barreira, a camisinha é o mais seguro e mais utilizado. Também há a tabelinha e o coito interrompido, contudo ambos requerem muito disciplina  e por isso não é o melhor método de escolha para muitos casais.
Aquelas que usam dois métodos camisinha e pilula, por exemplo. escolham a camisinha.

Para aquelas que não gostam da camisinha e não encaram os riscos da tabelhinha e coito interrompido, só resta a pilula. Mas qual pílula é a melhor? Ninguém sabe.  Saiu um estudo em 2011, no British Medical Journal, que verificou que mulheres em uso de drospirenona, (progestina do Yas e Yasmin, dois anticoncepcionais considerados "fraquinhos") tiverem 2 vezes mais incidência de trombose (coágulos no sangue) do que mulheres em uso de levonorgestrel, uma progestina de 2a geração(3). Fato este fez com que a ANVISA emitisse um alerta sobre o uso desses medicamentos, conforme reportagem da Folha de São Paulo. Novamente, a questão não é só a trombose, um evento raro, mas tem a ver com todas as outras implicações do uso do anticoncepcional nesse processo complexo de adaptação do corpo que ainda desconhecemos.

Por outro lado, há aquelas mulheres que tomam anticoncepcional por acharem que é a única opção para seus problemas: Dismenorreia (cólicas menstruais), Acne, Síndrome de ovário policístico... Para essas, sugiro que busquem outras opções. Elas existem.
métodos de desintoxicação, alimentação saudável e suplementação de vitaminas e minerais ou a utilização de hormônios bioidênticos (aqueles iguais aos que o corpo produz) podem corrigir todos esses sintomas e restaurar o equilíbrio do corpo.



Leitura complementar Links acessados em 01/08/2013
  1. J. Steroid Biochem. Mol. Biol, 2005. Progestins and progesterone in hormone replacement therapy and the risk of breast cancer.
  2. JAMA, 2003. Influence of estrogen plus progestin on breast cancer and mammography in healthy postmenopausal women: the Women's Health Initiative Randomized Trial. 
  3. BMJ, 2011. Risk of non-fatal venous thromboembolism in women using oral contraceptives containing drospirenone compared with women using oral contraceptives containing levonorgestrel: case-control study using United States claims data
  4. Folha de São Paulo - Anvisa Alerta sobre o anticoncepcional com hormônio drospirenona


terça-feira, 30 de julho de 2013

O sal que previne hipertensão








O sal marinho, obtido da evaporação da água do mar, é um composto com cerca de 84 minerais!! diferente do sal refinado, que contém apenas Cloreto de Sódio. Este refinamento químico do sal serve para que os demais minerais possam ser comercializados separadamente, algo muito mais lucrativo.
Daí a necessidade de acrescentar o iodo, sob a forma de Iodeto de Potássio. contudo, mesmo assim, esse iodo "artificial" apresenta uma biodisponibilidade (capacidade de se tornar disponível para o uso no organismo) bem menor que a do Iodo orgânico presente antes do refino.
Populações que usam sal marinho recebem iodo de qualidade junto com muitos diversos outros minerais essenciais à saúde. Prevenindo assim o hipotireoidismo e inclusive evitando a hipertensão. Contraditório não?

Mas a coisa tende a piorar, qualquer alimento natural possui uma proporção ideal de sódio:potássio que varia de 1:5 a 1:10. Na industrialização, o alimento tem que ser desidratado e no processo perde seus minerais (e junto o sabor). A alternativa é acrescentar sal, somente NaCl. Só que aí aquela proporção natural se inverte, podendo chegar a 200:1!! o que causa um desequilíbrio hidro eletrolítico, contribuindo de forma importante para a hipertensão sanguínea.  É por isso que comer alimentos industrializados (incluindo doces, como refrigerantes que tem sódio para realçar o sabor doce e disfarçar dos químicos ) é bem mais prejudicial que colocar sal refinado no alimento natural. Uma recomendação de saúde é evitar sempre que possível o consumo de alimentos industrializados.

No mundo todo o sal marinho é ingrediente fino, e portanto mais caro. Mas no brasil, temos ele em abundância o que o torna mais barato. Ele é o nosso sal grosso para churrasco!!

Diante de tantos benefícios, por que não mudar de sal? para um saudável? basta colocar o sal no liquidificador para ficar mais fino. É saudável e a comida fica muito mais gostosa!

O erro das Pirâmides Alimentares

A pirâmide alimentar nos padrões abordados no programa de educação alimentar do plano de saúde do meu pai que estava grudado na geladeira da casa dele só me faz pensar em uma coisa: O plano de saúde está se auto sabotando. O meu pai jamais vai melhorar do diabetes dele com essa alimentação, porque simplesmente foi essa alimentação de uma vida toda que o deixou doente.

Essa pirâmide alimentar nos moldes da foto foi feita em 1992 pelo departamento de agricultura dos estados unidos, tal pirâmide tem como base os somente os cereais (não fazendo distinção dos refinados) e foi feita de assim para defender os interesses dos agricultores do país a incentivar o consumo de cereais, note a figura do milho, produto que o EUA é o maior produtor mundial.  O Brasil com seu velho hábito de copiar sem saber porque, adaptou às nossas realidades a pirâmide nas mesmas proporções.. (a unimed-vitória, nesta figura, nem se deu o trabalho de pegar a versão brasileira adaptada)

Em 2005, a Harvard school public health desenvolveu uma pirâmide um pouco mais preocupada com saúde. Nela, já é considerado o papel de vilão dos produtos refinados devendo estes ficar no ápice, junto com as carnes vermelhas e manteiga (ainda o mito do colesterol!). A pirâmide também já diferencia as gorduras, enquanto na primeira os óleos vegetais estão no ápice, na segunda, o óleos vegetais estão na base, junto com vegetais e carboidratos integrais.  Já é sim um grande avanço em direção a saúde de quem ainda está atolado na crença da antiga pirâmide (como a maioria de nós) 

Mas ainda tenho minhas dúvidas quanto ao modelo alimentar ideal, uma vez que qualquer política de saúde está sob forte suspeita de levar mais em consideração interesses privados que a própria saúde da população.   Esse campo das dietas ainda é muito controverso e, enquanto grandes trials não são realizados, vence o argumento mais coerente.  Tenho uma grande apreciação pela dieta paleolítica e seu argumento evolutivo é forte, afinal, nossas características genéticas não mudaram desde o tempo dos nossos ancestrais.


Contudo, se transcendermos a discussão além do nível nutricional podemos considerar que o homem ainda está evoluindo e uma dieta nos padrões dos homens das cavernas talvez não seja o que precisamos hoje. a exemplo das civilizações orientais que tinham um outro padrão de dieta, algumas vegetarianas estritas e suas sociedades podiam ser consideradas mais "evoluídas mentalmente". Nesse contexto de "energia vital" dos alimentos, animais criados em cativeiro para o abate não teriam uma "energia boa".
Os mais céticos podem dizer, mas pra que levar a discussão pra esse nível, por que não se bastar ao nível científico?

Só pra exemplificar que no campo da dieta perfeita, a opção por uma ou por outra soa quase como uma crença devido a escassez de evidências. O mais coerente novamente, é personalizar, a melhor dieta dentro das crenças e hábitos individuais... e isso inclui os intervalos entre alimentações (não existe só a opção de se comer de 3 em 3 horas).  Mas uma coisa já se pode ter certeza, uma dieta, independente do tipo, com alimentos orgânicos, sem carboidratos refinados e alimentos processados, faz bem para qualquer ser da nossa espécie.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Cálculos Renais



- Dra, há remédio para cálculo renal, daqueles que compra em farmácia?
- Não. Mas há sim o que possa ser feito. 

No manejo do cálculo, muitas coisas devem ser levadas em consideração. Primeiro,  os cálculos renais não são todos iguais, é preciso saber que tipo de cálculo estamos lidando para definir o tratamento. Existem cálculos de ácido úrico, de estruvita (um cálculo infeccioso), de cistina, de fostato e oxalato de cálcio.  O mais comum é o cálculo de oxalato de cálcio, encontrado em 80% dos pacientes, vou me atentar mais a ele. 

A formação dos cristais de oxalato de cálcio é multifatorial.  A concentração urinária do cálcio e do oxalato, o volume de urina formado, o pH urinário e da concentração de substancias inibitórias da cristalização devem ser considerados numa abordagem de nefrolitíase. 

Tanto o oxalato quanto o cálcio são substâncias excretadas naturalmente na urina. O conjunto de fatores acima descrito e provavelmente mais outros que ainda desconheço são responsáveis pela cristalização desse sal.
Metade do oxalato excretado vem da dieta e a outra parte é produzido pelo corpo,  o mecanismo de produção endógena de oxalato de cálcio não é completamente esclarecido pela ciência, mas pesquisas indicam que ele é produzido em grande parte pelo fígado a partir dos aminoácidos de glicina e hidroxiprolina. O xilitol, um adoçante, também é metabolizado em oxalato pelo fígado de forma significante. Estudos indicam que nutrientes como o magnésio e a piridoxina são capazes de diminuir a produção endógena de oxalato.

Embora pareça contraditório,  uma dieta rica em cálcio proveniente dos alimentos (e não da suplementação) tem um efeito preventivo na formação dos cálculo, pois este mineral se liga ao oxalato da dieta, impedindo que este seja absorvido no intestino.
Então o cálcio  excretado na urina vem principalmente do seu metabolismo endógeno, e, se este for o caso, (é possível dosar tanto o cálcio quanto o oxalato na urina) uma investigação mais aprofundada sobre o metabolismo do cálcio deve ser feita.  Mas, a suplementação de potássio já pode ajudar, pois este diminui a excreção urinária de cálcio.

Outro aspecto importante a se considerar são as características da urina. Para garantir uma boa solubilidade dos sais, é necessário volume urinário adequado, alcançado por uma ingesta hídrica apropriada.  É ideal que a quantidade de urina de 24h seja superior a 2L, assim o oxalato e o cálcio mantém níveis de subsaturação, o que dificulta a formação do cálculo.  Manter o pH urinário acima de 6,5 também é  recomendado pois níveis mais baixos de pH estão relacionados com maior chance de cristalização do oxalato de cálcio.

Como visto,  muitas são as variáveis a serem consideradas no manejo dos cálculos renais, contudo algumas dicas já podem ser feitas desde já.
  1. Beber bastante água. O suficiente para produzir no mínimo 2 litro de urina. (Não vale refrigerante! Já que este acidifica o sangue e também a urina).
  2. Restringir o oxalato  dieta em no máximo 75mg/dia, alimentos  com alto teor de oxalato como a cerveja e derivados da soja  devem ser evitados.  Neste link, em inglês, é possível encontrar a concentração de oxalato nos alimentos.  http://www.ohf.org/docs/Oxalate2008.pdf. Uma boa dica quanto as oleaginosas, em especial a amêndoa e feijões que são especialmente ricos em oxalatos é deixar de molho por no mínimo seis horas. Isso ajuda bastante a tirar esse e outros antinutrientes, lembrando que a água do molho deve ser descartada.
  3. Gelatinas e colágeno devem ser utilizados com cautela em pessoas com predisposição a formação de cálculo por conterem hidroxiprolina. 
  4. Estudos indicam que a suplementação de citrato, magnésio e piridoxina contribuem para a prevenção da recorrência de  cálculos em ate 90% dos casos!
  5. As frutas cítricas são ótimas fontes de citrato, o suco de limão pode ser utilizado diariamente. Aliás, já dei aqui dois grandes motivos para o uso diário do limão. Para gastrite e agora como fontes de citratos. Mas lembre-se de lavar a boca sempre que tomar coisas ácidas, pois pode prejudicar os dentes. Pode surgir a dúvida,  embora o limão seja ácido, ele é um agente alcalinizante do sangue, diferente do refrigerante.
  6.  A vitamina C na forma de suplemento pode aumentar a produção de oxalato e por isso, recomenda-se que a ingesta diária não seja superior a 400mg/dia.
  7. De olho nas fontes de cálcio, couve, brócolis (leite de caixinha não recomendo pra ninguém), Manter a ingesta mínima de 1200mg/dia também é importante para quelar o oxalato da dieta.
Nada na vida é fácil como tomar um remédinho... mas com dedicação é possível prevenir a formação e talvez até promover a dissolução dessas  indesejadas pedrinhas.


segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Doutora, tenho gastrite!

Muitos paciente me procuram com uma queixa simples, queimação no estômago. 
"É uma azia que sempre me incomoda após a alimentação e as vezes até de estômago vazio"

Alguns chegam com o resultado de uma Endoscopia dizendo "gastrite enantematosa leve", outros já tomam o tal do Omeprazol por conta própria e resolvem logo o problema.

Mas poucos se perguntam, por que estou com essa queimação?  - Ah, é o nervoso doutora, minha gastrite é nervosa, é uma resposta bem comum.
Pode até ter causa nervosa, aliás, as emoções são causa de muitos sintomas que incomodam demais os pacientes e são negligenciados por muitos médicos. Futuramente falarei melhor disso. Então vamos ao Físico. 

Com nervosismo ou não, a principal causa de queimação no estômago é a hipocloridria.

O nosso estômago é revestido por células que formam a mucosa gástrica, nesta mucosa existem células produtoras de ácido clorídrico (HCL), que, erroneamente é tido como o vilão causador da queimação do estômago e que deve ser combatido a todo custo.  Na tentativa de neutralizar o HCL, recorremos comumente aos antiácidos, omeprazol ou ranitidina. Já vi paciente chegando com os 3 ao mesmo tempo.  Tá certo, você deve estar pensando: " ótimo, funciona mesmo, minha dor passa".  Acontece que passa e volta, tão logo o efeito do medicamento passe e o ciclo se repete, te fazendo escravo do omeprazol pra sempre.

Já a medicina funcional tem uma abordagem diferente, que prioriza a correção do desequilíbrio, evitando ao máximo o uso crônico de medicamentos.

A mucosa gástrica não possui apenas células secretoras de HCL, possui também células produtoras de muco rico em bicarbonato (te soa familiar? bicarbonato?), justamente para neutralizar o HCL, portanto, essas células desempenham um papel importante na proteção da mucosa gástrica.  Só que, adivinhem:  o estímulo para a produção desse muco é o próprio HCL!!

Juntando os informações, a secreção normal de HCL estimula a proteção da mucosa gástrica   Este é o ponto onde quero chegar; a maioria dos pacientes cuja causa da gastrite é hipocloridria (pouco HCL), acabam ficando sem proteção da mucosa. E aí, mediante algum estímulo de secreção de HCL-  como nervosismo -, a mucosa não tem a proteção necessária e vai sentir o poder do ácido que está lá para digerir os alimentos.

Para esses pacientes, o omeprazol é extremamente prejudicial, pois acaba-se entrando num ciclo vicioso:  pouco HCL - omeprazol - diminuo ainda mais a proteção da minha mucosa.  Os riscos disso são muitos já que o HCL, além de ser fundamental no processo digestivo, é uma das primeiras defesa do nosso corpo a bactérias prejudiciais (inclua H pylori) e nesse ambiente pouco ácido pode acarretar no inicio de outros distúrbios gastrointestinais mais graves. 

Nesse caso, uma solução é introduzir um ácido fraco para estimular a própria mucosa a produzir sua  proteção. Pode-se fazer um teste caseiro com limão: diariamente, em jejum, tomar na proporção de 1:1, uma colher de chá de limão com água. Se não doer na hora de tomar, após 3 dias aumente para 2 colheres, após 3 dias para 3 colheres e por mais 3 dias por 1 colher de sopa.  

Esse simples teste, quando bem tolerado, pode ser suficiente para restaurar o equilíbrio entre a produção de ácido e a proteção da mucosa. É claro, há pacientes que sofrem de hipercloridria (muito HCL) e, nessa situação, o limão não é uma opção.

Outra causa de gastrite é o uso crônico de anti-inflamatórios e AAS. Tais medicamentos, por mecanismos diferentes do que eu citei,  inibem a proteção da mucosa, e então o omeprazol acaba sendo única alternativa.   Só que anti-inflamatórios também não é uma abordagem funcional.  Temos que pensar, será que esses anti-inflamatórios são realmente necessários?? qual a causa da dor?? quais as alternativas ao uso de analgésicos?  Por isso ressalto os riscos da auto-medicação e a importância de sempre ser acompanhado por um médico confiança.